sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Precisão do chute está relacionada ao efeito do estresse


Retirado do site Universidade do Futebol


Presença de goleiro e informação prévia do lado do chute são fatores determinantes para degradação da pontaria e reprodutibilidade do movimento
O Laboratório de Fisiologia do Comportamento do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, em São Paulo, estuda processos de controle motor no esporte, que envolvem aspectos como percepção visual, treinamento, estresse e fadiga. A avaliação do professor Ronald Ranvaud é que os cobradores, em geral, não se prepararam para esse momento decisivo, sem o traçar de um planejamento estratégico prévio.
“Sem ter esse preparo, a situação do cobrador é uma situação, em geral, de estresse, portanto, de confusão mental. Leva, inclusive, a imaginar que vai errar”, justificou, em entrevista ao programa SporTV Repórter, cuja edição retrasada abordou a “A Ciência e a Alma do Pênalti”.
Um dos alunos de Ranvaud, Nelson Myamoto, estudou em sua tese de mestrado a influência do estresse em cobradores de pênalti. Os voluntários faziam o teste através de um computador, em dois ambientes diferentes: na sala de aula, em que o experimento era projetado num telão e os alunos torciam contra e a favor, e no laboratório, em uma cabine acústica, sem barulho e interferência externa.
“No experimento em laboratório, os cobradores atingiam praticamente 100% de aproveitamento. Na situação de sala de aula, no meu experimento especificamente, em uma análise mais global, eles atingiam 80%. Se em uma situação de laboratório nós tivemos a influência do estresse no desempenho motor dos nossos voluntários, imagine essa situação em um esporte como o futebol, que é a paixão nacional”, questionou o pesquisador.

A partir de um mapeamento do gol para chegar à “batida perfeita de pênalti”, Ranvaud dividiu a meta em quatro colunas iguais, sendo a metade que fica no meio do gol ocupada pelo defensor principal.
“Como o Pelé dizia: 'não chuta ali'. Chuta um quarto para fora à direita ou à esquerda. Além disso, não chuta rasteiro. Chuta nos dois terços superiores do gol. A uma velocidade de 80, 85 km por hora, não há como o goleiro defender. Eventualmente um goleiro que, se tiver adiantado bastante, um goleiro muito alto, pode pegar naquele cantinho mais próximo dele, embaixo, talvez. Mas é muito, muito, muito raro”, garantiu o pesquisador.
Pênalti ser loteria? Ranvaud discorda e entende que a finalização será jogada à sorte se o atleta não treinar. Agora, se a mente do batedor estiver 100% comprometida com o fato de executar aquele gesto já ensaiado, no qual ele tem confiança, o nível de estresse seria bem menor e o índice de conversão subiria muito.
Diante de um gramado bem cuidado, sem recordar o fracasso da equipe principal na Copa América e, principalmente, bem treinada, a seleção brasileira sub-20 superou a Espanha na semifinal do Mundial da categoria justamente nas cobranças de penalidade máxima, após igualdade no tempo normal e na prorrogação.
“Em nenhum momento eu pensei no que aconteceu na Copa América, pois isso acontece raramente, uma vez a cada dez anos. Foi uma eventualidade, o Brasil nunca foi de perder tantos pênaltis. Pensei nos nossos treinamentos, em como trabalhamos bem. Quando fomos para os pênaltis eu estava confiante, tranquilo. Tentei esperar ao máximo, mas tinha que escolher um canto. Sei do jeito que os espanhóis batiam, estudei antes do jogo. Ainda bem que acertei dois lados. Isso é competência, não é sorte”, afirmou o goleiro Gabriel, que defendeu dois chutes.
“Na Copa América a seleção jogou em um pasto, então também acho que faz diferença. Embora a gente tenha treinado muitas penalidades”, completou o treinador Ney Franco. Na final, diante de Portugal, as emoções não chegaram ao mesmo patamar – mas a vitória por 3 a 2 só ocorreu no tempo extra.
  
Confira estudo comandado por Ronald Ranvaud e Nelson Miyamoto, apresentado no XVI Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e III Congresso Internacional de Ciências do Esporte:
Durante a cobrança do pênalti no futebol o goleiro deve ficar na linha do gol até que a bola seja tocada pelo cobrador (FIFA, 2002). No período em que o cobrador se desloca em direção à bola, as informações visuais fornecidas pelo goleiro podem ser utilizadas pelo cobrador para definir, modular ou alterar seu plano motor. O cobrador, portanto, tem um certo tempo disponível para decidir detalhes essenciais do que fazer, em função da ação do goleiro, mas o tempo à sua disposição diminui com a aproximação à bola.
Um protocolo experimental desenvolvido em laboratório, que simula aspectos importantes de uma cobrança de pênalti, analisou a dinâmica da determinação da lateralidade da cobrança em função da lateralidade de movimentos precoces do goleiro (MORYA, 2003a). Foi identificado, em particular, o “Ponto-de-Não-Retorno” (PNR), ou seja o momento além do qual não é mais possível para o cobrador mudar a lateralidade do chute, mesmo que, naquela altura, o goleiro indique claramente que escolheu o canto onde irá a bola. O trabalho mostrou serem necessários pelo menos 240 ms para reagir à indicação do goleiro (MORYA et al., 2001). Isto significaria que o cobrador de um pênalti, percebendo a intenção do goleiro depois de 240 ms do contato com a bola, seguramente tem menos de 50% de chance de reagir adequadamente.
Surgiram indícios, também, que decidir alterar a lateralidade do chute em momentos anteriores, até >450 ms antes do contato com a bola, pode afetar a precisão do chute. Estudos em campo encontraram que a velocidade média da bola para pênaltis chutados na Copa do Mundo de 2002 foi por volta de 115 km/h (BIGATÃO et al., 2003; MORYA et al., 2003b). Isto significa que a bola leva 340 ms para chegar ao gol (op cit). Analisando tempos de reação e considerando a biomecânica da ação de defesa, tempos próximos a 350 ms correspondem a valores viáveis para que o goleiro tenha alguma chance de interceptar a bola, se o chute não for excelente. LEES e NOLAN, 2001 mediram o tempo que um goleiro demora pra chegar nos diferentes pontos do gol e qual a velocidade que a bola deve ter para que o goleiro não tenha tempo de chegar nela. Outro estudo (MORYA et. al., 2003b) registrou o local das cobranças e identificou as regiões em que raramente tem defesas. Assim, pode-se dizer que existe o pênalti perfeito.
Pode-se considerar que o pênalti perfeito é aquele chutado dentro do gol com velocidade suficiente para o goleiro não poder chegar até a bola. Quanto mais perto do poste, menor è a exigência quanto à velocidade da bola. Qualquer outra estratégia apresenta riscos e não garante que o cobrador faça o gol. Porém, apesar da evidência de estudos científicos indicando a importância do pênalti em um jogo de futebol e propondo várias estratégias para abordar o problema, muitos técnicos, atletas e dirigentes atribuem o desempenho na cobrança de um pênaltimuito mais à sorte ou ao azar, do que a questões técnicas ou fisiológicas. Poucas são as equipes que incluem rotinas de treino sério da cobrança do pênalti (BONIZZONI, 1988; MILLER, 1998), o que provavelmente leva ao baixo índice de conversão por parte dos cobradores.
Entre um terço e um quarto dos pênaltis batidos pelos melhores profissionais em jogos oficiais não são convertidos em gol (MORYA et. al. 2003b; MILLER, 1998). Considerando a velocidade da bola, a habilidade no chute desses jogadores e o tempo necessário para que o goleiro atinja os cantos do gol (LEES E NOLAN, 2001), é surpreendente que o desempenho dos cobradores não seja bem melhor. O mau desempenho é muitas vezes atribuído ao estresse da situação. Uma opinião muito difundida é que treinar é inútil, ou até impossível, pois não há como reproduzir, em treinos, as condições de estresse da vida real.
O efeito do estresse durante um pênalti foi muito bem caracterizado por MIYAMOTO et. al., 2007. Através do mesmo protocolo utilizado por MORYA, 2003, porém na presença de dezenas de espectadores, o trabalho visou determinar o efeito do estresse induzido por espectadores sobre o desempenho motor. Os resultados (MIYAMOTO et. al. 2007) indicaram, como era esperado, que o “ponto de não retorno” recuou (de 250 para 290 ms antes do contato com a bola). Mas muito mais interessante e inesperado foi que, sob a situação de estresse, o desempenho saturou a 80%, ou seja, mesmo que o goleiro fornecesse pistas de sua ação com bastante antecedência, os voluntários eram incapazes de responder corretamente 100% das vezes. Eles colocavam a bola no mesmo lado do goleiro em porcentagem apreciável das tentativas. Estudos em campo (JORDET et. al. 2006; JORDET et. al. 2007a; JORDET et. al. 2007b) também demonstraram que o estresse está intimamente ligado com um pior desempenho durante as cobranças.
Atletas de elite, que através de questionários mostraram ficar estressados durante a cobrança de um pênalti foram os que tiveram baixo índice de conversão. Esses achados são muito significativos, pois revelam aspectos inéditos do efeito de estresse, e fornecem pistas importante para a elaboração de estratégias de treino para essa situação.
Como o estresse é fator determinante no desempenho de uma cobrança de pênalti e treinadores e atletas acreditam que treinar pênalti seria inútil por não ser possível reproduzir em treino o efeito do estresse presente em jogos oficiais, o objetivo desse trabalho foi criar um protocolo que reproduza durante o treino uma situação de estresse, e verificar seus efeitos no controle motor do chute de um atleta de elite.
Materiais e Métodos
Desenvolvemos um protocolo experimental para medir a precisão e a reprodutibilidade de chutes de um jogador profissional de futebol. Para isso utilizamos:
1) 2 retângulos de madeirite de 1,60 (altura) x 1,80 (largura) com espessura de 15mm. As dimensões foram escolhidas por cobrir a área dos 4 retângulos nos cantos superiores do gol (Figura 1 e 2.), em que as estatísticas registram raríssimas defesas de pênalti em jogos oficiais. Os retângulos de madeirite foram pendurado deixando um vão de 2 cm da trave e 2 cm do travessão, em ambos os lados do gol. Determinamos um alvo de diâmetro de 22 cm (tamanho aproximado da bola) no meio do madeirite. A tarefa do jogador era de tentar sempre atingir o alvo com a maior precisão possível, e com velocidade da bola acima de 22m/s (80 Km/h). Pintamos o maderite com cal, de forma que seria possível determinar facilmente qual foi o ponto atingido pela bola em cada chute.






2) Radar de pistola – medimos a velocidade da bola em tempo real com um radar de velocidade modelo SportsStalker.
3) Filmadora – filmamos todas as tentativas de forma a ter os registros visuais de cada chute, para análise posterior.
Um atleta da primeira divisão do Campeonato Paulista de futebol participou do protocolo experimental, que era composto de 3 etapas:
1. Na primeira etapa (controle), o atleta chutou a bola situada na marca do pênalti, visando atingir o alvo. Foram 20 chutes para o alvo à direita, e 20 para o alvo à esquerda.
2. Na segunda etapa o mesmo atleta chutou, ainda mirando o alvo, 5 vezes para cada lado, mas, agora na presença de um goleiro profissional que tentaria defender “o pênalti”, considerando que a tarefa de atingir o alvo seria uma possível estratégia de cobrança de pênalti.
3. Na terceira e última etapa, o atleta deveria, antes do chute, indicar para o goleiro o lado para o qual chutaria (5 vezes para cada lado), sempre mirando o alvo. Dessa forma o goleiro já saberia para que lado pular.
Escolhemos as condições de área específica do gol e velocidade pelas quais seriam muito difícil um goleiro conseguir defender um pênalti. Em todas as situações medimos a precisão de cada chute em cm, ou seja a distância (cm) entre o alvo e a posição em que a bola atingiu o madeirite em cada chute. Fizemos uma análise de modelo linear geral para a precisão dos chutes e teste chiquadrado para o desempenho (gol ou não), adotando p<0,05 como significativo.

Resultados e Discussão
Precisão média
A imprecisão dos chutes, avaliada pela média das distâncias entre o alvo e onde a bola realmente atingiu o madeirite, aumentou na presença do goleiro (Tabela 1). Sem goleiro a distância média entre o alvo e o ponto em que a bola cruzou o plano do gol foi significativamente menor (0,59 m) do que quando havia goleiro, seja que este último não soubesse (0,96 m; p=0,05) ou soubesse (1,15 m; p=0,0007) o lado do chute.






O aumento médio da distância entre onde o cobrador foi instruído chutar e onde ele chutou indica que houve uma degradação em sua pontaria. Essa degradação pode ser interpretada como efeito do estresse introduzido pela presença do goleiro, pior quando o goleiro sabia a direção em que sairia o chute. Importante lembrar que a presença do goleiro era perfeitamente irrelevante para a tarefa à qual o cobrador estava submetido, ou seja, a de tentar atingir o alvo em cada chute, com a bola viajando a mais de 22 m/s.
Mesmo assim a presença dos goleiros influenciou significativamente o comportamento e o desempenho motor do jogador. O aumento considerável do desvio padrão sugere que haja outro efeito do estresse induzido pela presença do goleiro, qual seja maior dificuldade na reprodutibilidade do movimento de cada chute pelo cobrador. Na figura 3, que mostra a posição de todos os chute nas 3 situações, percebemos uma maior dispersão nos chutes com goleiro.
Comparando as duas situações, com goleiro e sem, percebemos que a nuvem de pontos sem goleiro é mais concentrada, indicando que sem o goleiro o cobrador consegue reproduzir os movimentos sem muita variabilidade. O contrário ocorre na presença do goleiro, o cobrador não consegue reproduzir os movimentos que pretende executar.





Figura 3. Posição (cm) que a bola atingiu o gol dos chutes nas 3 situações. 


O retângulo preto representa o maderite e as duas bordas pretas reforçadas desse retângulo, acima e a direita, indicam a trave e o travessão. Assim todos os pontos acima e a direita do retângulo são chutes para fora. O círculo vermelho indica defesa do chute. Podemos observar que os chutes na presença do goleiro são muito mais dispersos do que sem goleiro.

Desempenho médio

Apenas 50% dos chutes corresponderiam a pênaltis convertidos, quando o goleiro sabia previamente o lado de chute, desempenho muito inferior aos 90% de gols quando não havia goleiro e 100% quando o goleiro não sabia o lado. O teste chi-quadrado apontou diferença significativa entre as situações com e sem goleiro (p=0,0002). Este é mais um indício de que o controle motor do cobrador deteriorou nas condições de estresse pela situação experimental.

Conclusão
Podemos interpretar a degradação da pontaria e da reprodutibilidade do movimento de chute do atleta como efeitos do estresse induzido (a) pela presença de um goleiro, e (b) pela informação prévia do lado do chute, mesmo que a presença do goleiro fosse, em principio, irrelevante na tarefa de fazer a bola atingir o alvo. Conseguimos criar um protocolo eficaz em estressar o jogador em situação parecida à cobrança de um pênalti em um treino. Assim, é possível reproduzir em treino níveis de estresse que alteram o desempenho de um atleta. Esse resultado abre a perspectiva de treinar pênaltis para melhorar o desempenho sob estresse, o que sem dúvidas se aplica à situação de jogo. Em laboratório outros resultados (NAVARRO et. al. 2008) indicaram que com treinamento adequado os efeitos do estresse são reversíveis. Esperamos que essas informações mudem a idéia de treinadores e atletas que resistem treinar pênalti, pois consideram que não haja como reproduzir, em treinos, as condições de estresse suficiente para alterar o desempenho motor do atleta.
Referencias bibliográficas:
BIGATÃO, H.; MORYA, E.; RANVAUD, R. An analysis of penalty kicks in the 2002 soccer world cup.Motriz, 9:S107, 2003.
JORDET, G.; ELFERINK-GEMSER, M. T.; LEMMINK, K. A. P. M.; VISSCHER, C. The “Russian roulette” of soccer? Perceived control and anxiety in a major tournament penalty shootout. International Journal of Sport Psychology, 37, 281-298, 2006.
JORDET, G.; ELFERINK-GEMSER, M. T.; LEMMINK, K. A. P. M.; VISSCHER, C. Emotions at the penalty mark: An analysis of elite players performing in an international penalty shootout. Submitted, 2007a.
JORDET, G.; HARTMAN, E.; VISSCHER, C.; LEMMINK, K.A.P.M. Kicks from the penalty mark in soccer: The roles of stress, skill, and fatigue for kick outcomes. Journal of Sports Sciences, 25, 121-129, 2007b.
LEES, A.; NOLAN, L. Three dimensional kinematic analysis of the instep kick under speed and accuracy conditions. 4th World Congress of Soccer and Football, Sydney, Australia 22-26th February, 2001.
MILLER C. He always puts it to the right: a history of the penalty kick Victor Gollancz, London, 1998.
MIYAMOTO, N.; MORYA, E.; BERTOLASSI, M.; RANVAUD, R. Penalty kicks and stress. Journal of Sports Science, Suppl.10, 156-157, 2007.
MORYA, E.; RANVAUD, R.; PINHEIRO, W. M. The point of no return in a simulated penalty kick situation. In: International Society of Sport Psychology: Proceedings of the 10th World Congress of Sport Psychology. Ed. A. Papaioannou, M. Goudas & Y. Theodorakis, Thessaloniki: Christodoulidi Publications, p. 75-77, 2001
MORYA, E.; RANVAUD, R.; PINHEIRO, W. M. Dynamics of visual feedback in a laboratory simulation of a penalty kick. Journal of Sport Sciences, 21: 87-95, 2003a.
MORYA, E.; BIGATÃO, H.; LESS, A.; RANVAUD, R. Evolving penalty kick strategies: world cup and club matches 2000-2002. In: Science and FootbalI V: Proceedings of the Fifth World Congress on Science and FootbalI, Lisboa, 2003b.
NAVARRO, M.; MIYAMOTO, N.; RANVAUD, R. Controle Motor:
Treinamento e estresse.
 XXIII Reunião Anual Federação de Sociedades de Biologia Experimental FeSBE, Águas de Lindóia, São Paulo, 20-23 Agosto, 2008.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Monitorização da carga de treino através da escala de PSE (Percepção subjetiva de esforço) no futsal

Tese de Mestrado apresentado na Universidade Técnica de Lisboa


Autor: Pinto, Pedro Daniel Nunes Silva
Orientador: Alves, Francisco José Bessone Ferreira
Palavras Chave: Carga de treino
                         Futsal
                         Monitorização
                         Percepção subjectiva de esforço

Ano: 2011

Resumo:            

           O estudo tem como objectivo utilizar a Percepção subjectiva de Esforço (PSE) como instrumento de monitorização da carga de treino no Futsal. A amostra foi constituída por 12 jogadores profissionais do sexo masculino, pertencentes a uma equipa de Futsal da 1ª Divisão do Campeonato Nacional Português. Durante o período preparatório (PP) foram avaliados os treinos do PP através da PSE e da FC, utilizando cardiofrequencímetro (CF) da marca Polar®, modelo Team System®. Utilizou-se o teste de correlação intra-indivíduos de (Bland & Altman, 1995) para determinar a existência ou não de correlação entre a PSE referidas pelos jogadores e os valores da FC. A FCmáx detectada através das avaliações realizadas em treinos, jogos e teste máximo, foi utilizada para definir a que percentagem da FCmáx se encontrava os atletas durante os treinos. A carga interna dos treinos corresponde à soma do produto entre o tempo (min.) que cada jogador permanece nos intervalos de intensidade definidos pela %FCmáx. e a ponderação atribuída a cada intervalo. Obteve-se uma correlação significativa (r = 0,704, p < 0.001). Conclui-se que a PSE de Foster pode ser utilizada como instrumento de monitorização da carga de treino no Futsal, sendo um instrumento simples, de fácil aplicabilidade e sem interferência no treino.

The study aims goal is to use the rating perceived exertion (RPE) as a mean of monitoring training load in Futsal. The sample consisted of 12 male professional players, belonging to a team from Futsal 1st Division of the Portuguese National Championship. During the preparatory period (PP) the practice was evaluated practice through the RPE and heart rate (HR), using the cardiofrequency (CF) Polar ® model ® Team System. It was used the correlation test of intra-individual (Bland & Altman, 1995) to determine whether there is a correlation between the RPE and the values of HR. The HRmax detected through the evaluations of drills, and games and a maximum test were used to define what percentage of HRmax the athletes had during training. The internal load of drills is the sum of the product between time (min) that each player remains in the ranges of intensity defined by the% HRmax. and the weighting of each interval. There was a significant correlation (r = 0.704, p <0.001). The conclusion is that the RPE method from Foster can be used as a tool for monitoring training load in futsal, being simple and easy to apply and with not interfering with the training.


Para artigo completo Clique aqui

Monitorização da carga de treino através da escala de PSE (Percepção subjetiva de esforço) no futsal

Tese de Mestrado apresentado na Universidade Técnica de Lisboa


Autor: Pinto, Pedro Daniel Nunes Silva
Orientador: Alves, Francisco José Bessone Ferreira
Palavras Chave: Carga de treino
                         Futsal
                         Monitorização
                         Percepção subjectiva de esforço
Ano: 2011

Resumo:            

           O estudo tem como objectivo utilizar a Percepção subjectiva de Esforço (PSE) como instrumento de monitorização da carga de treino no Futsal. A amostra foi constituída por 12 jogadores profissionais do sexo masculino, pertencentes a uma equipa de Futsal da 1ª Divisão do Campeonato Nacional Português. Durante o período preparatório (PP) foram avaliados os treinos do PP através da PSE e da FC, utilizando cardiofrequencímetro (CF) da marca Polar®, modelo Team System®. Utilizou-se o teste de correlação intra-indivíduos de (Bland & Altman, 1995) para determinar a existência ou não de correlação entre a PSE referidas pelos jogadores e os valores da FC. A FCmáx detectada através das avaliações realizadas em treinos, jogos e teste máximo, foi utilizada para definir a que percentagem da FCmáx se encontrava os atletas durante os treinos. A carga interna dos treinos corresponde à soma do produto entre o tempo (min.) que cada jogador permanece nos intervalos de intensidade definidos pela %FCmáx. e a ponderação atribuída a cada intervalo. Obteve-se uma correlação significativa (r = 0,704, p < 0.001). Conclui-se que a PSE de Foster pode ser utilizada como instrumento de monitorização da carga de treino no Futsal, sendo um instrumento simples, de fácil aplicabilidade e sem interferência no treino.

The study aims goal is to use the rating perceived exertion (RPE) as a mean of monitoring training load in Futsal. The sample consisted of 12 male professional players, belonging to a team from Futsal 1st Division of the Portuguese National Championship. During the preparatory period (PP) the practice was evaluated practice through the RPE and heart rate (HR), using the cardiofrequency (CF) Polar ® model ® Team System. It was used the correlation test of intra-individual (Bland & Altman, 1995) to determine whether there is a correlation between the RPE and the values of HR. The HRmax detected through the evaluations of drills, and games and a maximum test were used to define what percentage of HRmax the athletes had during training. The internal load of drills is the sum of the product between time (min) that each player remains in the ranges of intensity defined by the% HRmax. and the weighting of each interval. There was a significant correlation (r = 0.704, p <0.001). The conclusion is that the RPE method from Foster can be used as a tool for monitoring training load in futsal, being simple and easy to apply and with not interfering with the training.


Para artigo completo Clique aqui

ADHering estréia hoje no torneio Internacional de Futsal


Começa hoje em Blumenau, o 1º Torneio Internacional de Futsal, com a presença das equipes do Concórdia Futsal, ADJaraguá e ADHering/Uniasselvi FMD Blumenau além do Fisiomedia/Manacor, equipe da primeira divisão do salonismo espanhol.

A equipe blumenauense quer aproveitar o torneio para colocar os novos reforços em quadra e buscar entrosamento para o restante da temporada. Para este torneio, a equipe ADHering/Uniasselvi/FMD Blumenau terá apenas a ausência do goleiro Marcos, que recupera-se de torção no tornozelo esquerdo ocorrido nos Jogos Universitários Catarinenses no final de julho.

Equipe realiza último treino antes da estréia, no ginásio Galegão

Hoje pela manhã, a equipe treinou no local dos jogos, foi realizado um trabalho apronto, com reforço nas bolas paradas e finalizações.

A estréia da ADHering/Uniasselvi/FMD Blumenau será hoje ás 19h15, contra a ADJaraguá, na sequência, as 21hs, jogam Concórdia Futsal contra Fisiomedia/Manacor.


Atletas da ADHering relacionados para o torneio.

Número Atleta Posição
5 Wendel Ala
6 João Ala
7 Cícero Ala/Central
8 Jonas Ala
9 Maico Pivô
10 Dudu Ala
12 Rodrigo Pivô
15 Rafael Central
16 Alemão Ala
17 Gude Pivô
18 Ivan Goleiro
20 Cleiton Central
23 Kunze Goleiro

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vídeo 29 - Vídeo com os gols de ADHering/Uniasselvi/FMD Blumenau x Unesc/Siderópolis

Veja os gols de ADHering/Uniasselvi/FMD Blumenau 2 X 2 Unesc/Siderópolis


Jogo válido pela Segunda Rodada do Turno da Segunda Fase do Estadual Catarinense da Divisão Especial de Futsal 2011.

ADHering/Uniasselvi/FMD Blumenau 2 X 2 Unesc/Siderópolis
Local: XIX de Dezembro - Siderópolis
Data:13/08/2011
Horário: 20h30

Maiores informações em:
http://www.neiadrianofutsal.com.br/2011/08/adhering-empata-em-sideropolis.html

ADHering empata em Siderópolis

   Em uma partida em que a arbitragem novamente deixou a desejar, principalmente no aspecto disciplinar, a equipe da ADHering/Uniasselvi/FMD Blumenau, conseguiu trazer um ponto do sul do estado.

   A equipe começou bem a partida e logo aos 4:50 João abre o placar para a equipe blumenauense, após driblar o central Vinicius de Siderópolis, João carregou até a intermediária do adversário, chutou rasteiro no canto esquerdo do goleiro Denner, que nada pode fazer.

   Em seguida, em uma cobrança de lateral, Cleiton pisa para o goleiro Ivan que solta a bomba, Gude, bem posicionado, somente escora para o gol adversário, marcando o segundo gol da ADHering.

   A equipe da casa desconta ainda no primeiro tempo com o pivô Tio Rica, aproveitando uma disputa de bola envolvendo vários jogadores, a bola sobrou limpa para ele tocar na saída de Ivan. 2 a 1 aos 12:06.

   No segundo tempo a equipe de Siderópolis voltou melhor, e carregado pela sua torcida, conseguiu o gol de empate com Cassiano, aproveitando uma sobra de bola em frente ao gol blumenauense, bateu firme sem chances para o goleiro Ivan, que nada pode fazer para evitar o gol.

   Porém a partir daí, a equipe da casa abusou da agressividade, e infelizmente a arbitragem foi conivente com a situação e não coibiu a violência da maneira que deveria.

   Por sorte, nada mais grave aconteceu, e a partida terminou sem maiores problemas.

   A ADHering/Uniasselvi/FMD Blumenau se prepara agora para o Torneio Internacional de Futsal, que será realizado entre os dias 19 e 21 de agosto no ginásio do Galegão em Blumenau.

   Participarão do evento além da ADHering, as equipes ADJaraguá de Jaraguá do Sul, IACC/Concórdia e Fisiomedia Manacor da Espanha.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Torneio Internacional de Futsal em Blumenau


Será realizado entre os dias 19 e 21 de agosto, no Galegão, o 1° Torneio Internacional de Futsal.

A  ADHering/Uniasselvi/FMD Blumenau foi convidada a participar do evento juntamente com a ADJaraguá;  Concórdia Futsal, que disputou a Liga Nacional neste ano, e a convidada especial Fisiomedia Manacor, que disputa a divisão de Honor (1ª divisão) da Espanha.

A competição inicia na sexta feira com as partidas entre Concórdia x Manacor e ADHering x ADJaraguá.

A rodada começa ás 19hs no ginásio Galegão em Blumenau.

Veja abaixo a o flyer de divulgação,  juntamente com a tabela completa da competição.


TESTE ATENCIONAL – AVALIANDO O NÍVEL DE CONCENTRAÇÃO E ATENÇÃO DE ATLETAS DE FUTSAL ATRAVÉS DE TESTES PRÉ E PÓS-TREINAMENTOS


Artigo de minha autoria publicado em 2003

Prof. Nei Adriano

Licenciado em ed. Física pela FURB, Blumenau - SC
Especialista em Treinamento Desportivo pela UNOPAR, Londrina - PR
Preparador Físico ADHering Futsal – Blumenau – SC


RESUMO

 

                O Brasil se destaca em nível mundial como tendo  o melhor Futsal do mundo, sendo cinco vezes campeão do mundo nesta modalidade. Hoje é considerado também como o esporte mais praticado, em nível competitivo e recreativo do país. O Futsal é um esporte coletivo de alta intensidade, caracterizado como um desporto de grande exigência física, técnica e tática. A amostra foi composta por 17 atletas da equipe ADEBLU, categorias adulto e juvenil (até 19 anos), da cidade de Blumenau – SC, através de um questionário e um teste de concentração e atenção do tipo grelha de números. Os resultados apresentaram um aumento na pontuação média dos testes pós treino em relação ao teste pré treino, contrariando a expectativa gerada pela literatura, porém corrobora com trabalhos realizados anteriormente.

Unitermos: Futsal, atenção, concentração, treinamento.

 

 

INTRODUÇÃO


Blumenau, cidade onde nasci e resido até hoje, é reconhecida como a Capital catarinense do esporte amador, principalmente por ter se destacado como a cidade que deteve por muitos anos a hegemonia dos Jogos Abertos de Santa Catarina; considerada a maior competição esportiva do sul do país, e segunda maior do Brasil.

Blumenau, cidade que se destaca no Futsal pela formação de vários jogadores para o Futsal do país. Com vários atletas jogando nos principais clubes do país, além da Seleção Brasileira. Dentre eles destacam-se Xandy, Marcel e James, atletas da Malwee; Dão e Ninho, atletas da Anjo (Criciúma); finalistas da Taça Brasil 2003. Quinzinho, (ACBF), Lukayan (Ulbra), Eder (UCS), Ivan (Internacional) Liga Nacional 2003. Além de Edésio (Dé) (antiga GM). Sendo que Marcel, Ivan e Edésio (Dé) já vestiram a camisa da Seleção Brasileira de Futsal.

O Futsal, que segundo Matveev (1991) é pertencente ao grupo 3, considerado como desporto coletivo que se caracterizam pela sua relativa continuidade e prolongamento de participação nas competições; também pode ser considerado como um esporte de alta intensidade, onde as ações acontecem muito rapidamente e em uma seqüência muito rápida, o que exige do atleta um nível de concentração e atenção ótimos durante toda a partida.
Becker (1981) afirma que não só da capacidade motora depende o rendimento do atleta, mas também do processo informativo que é regulado pela atenção e concentração, posição esta reforçada por Samulski (1992) acrescentando ainda que aproximadamente 4 horas após despertar existem picos máximos de concentração do atleta, fato que compreende não só o processo de recepção de informações mas também o seu processamento.

Este estudo visa quantificar a capacidade de concentração dos atletas de Futsal da equipe ADEBLU (Associação Desportiva Blumenau), participante da divisão especial do Campeonato catarinense, comparando os resultados entre as diversas faixas etárias, tempo de experiência em competição, tempo de treinamento e horário do treino; identificar eventuais variações nos estados atencionais pré e pós treinamento.





METODOLOGIA

           

Este estudo reuniu atletas de Futsal da equipe ADEBLU categorias Adulto e Juvenil, participantes do Campeonato Estadual da Divisão Especial de Santa Catarina, que  dedicam no mínimo 20 horas por semana de treinos divididos em 2 sessões diárias, 5 dias por semana. É um projeto descritivo de coleta de dados de concentração onde os dados pessoais foram coletados de forma objetiva através de formulários criados especialmente para este trabalho e preenchidos de próprio punho pelos atletas. O teste de concentração e atenção foi aplicado imediatamente antes e após uma sessão de treino.

Antes de iniciar os trabalhos, os atletas foram cientificados do conteúdo dos testes objetivos e caráter. Só foi realizado o estudo porque todos demonstraram interesse em realizar os testes.
Os atletas preencheram uma ficha de identificação composta de perguntas objetivas onde deveriam as seguintes respostas

·         Nome;
·         Idade;
·         Categoria
·         Tempo de treinamento;
·         Hora em que despertou naquele dia;

A amostra foi composta por 17 atletas (n =17), todos atletas da ADEBLU. A média de idade do grupo é de 20.47 anos, com desvio padrão ± 3,84, os extremos apresentados foram de 16 e 31 anos. Com média de tempo de treinamento é de 10.41 anos, com desvio padrão ± 3,59, os extremos apresentados foram de 6 e 18 anos.

Todos os atletas participantes deste estudo recebem previamente um modelo da grade de números na qual foi simulado o teste para se familiarizarem com o mesmo.
Foi contabilizado também o tempo desperto dos atletas, recordemos que Samulski (1992) acredita que há “há picos de concentração máxima após 4 horas despertos”. Por isso foi solicitado o preenchimento do horário em que despertou; sendo que foi considerado como “despertar” o momento em que os sujeitos saíram da cama.
A média de tempo desperto foi de 1:57h com extremos de 00:35h e 3:15h. Vale considerar ainda que o treino pela manhã ocorre das 10:00hs até as 13:00hs por isto a importância deste fator.

TESTE DE CONCENTRAÇÃO



O teste de concentração do tipo grelha com números distribuídos aleatoriamente de 00 a 99, onde o sujeito teve um espaço de tempo de 2 minutos para interligar os números em seqüência, partindo do 00. Foi considerado como resultado o ultimo número assinalado pelos atletas. Após foi realizada uma estatística descritiva das variáveis estudadas, caracterizando os atletas em diferentes grupos.



RESULTADOS E DISCUÇÕES



ATLETA

IDADE
TEMPO DE TREINO
TEMPO DESPERTO
PRÉ
TREINO
PÓS
TREINO
VARIAÇÃO
A
31
15
3:25’
8
8
0%
B
19
10
1:15’
15
12
-20%
C
19
9
1:15’
15
10
-33.33%
D
19
11
2:00’
14
13
-7.14%
E
19
12
1:00’
11
12
+9.09%
F
21
11
1:00’
3
5
+66.66%
G
23
18
1:30’
19
20
+5.26%
H
18
4
1:40’
5
9
+80%
I
18
11
1:00’
11
14
+27.27%
J
18
7
0:35’
2
16
+800%
K
18
11
1:40’
17
22
+29.41%
L
22
11
1:00’
8
13
+62.50%
M
25
16
2:30’
9
18
+100%
N
18
10
1:30’
5
11
+220%
O
18
6
1:45’
5
17
+340%
P
16
7
1:00’
9
16
+77.77%
Q
26
8
2:45’
11
12
+9.09%
GRUPO
20.47
10.41
1:57’
9.82
13.41
+36.56%


Tendo estes dados em mãos, podemos avaliar de duas maneiras, uma em relação ao total de pontos assinalados pelos atletas, e a relação entre o teste pré e pós-treino.

Quanto ao total de pontos assinalados pelos atletas, podemos perceber que alguns atletas que notoriamente possuem maior dificuldade no aprendizado da tática do jogo e que não conseguem manter uma boa regularidade durante a partida, são os que conseguiram um menor índice nos testes realizados, principalmente no teste realizado anteriormente ao treino denominado Pré treino.  Coincidentemente, os atletas que raramente tem de dificuldades para entender o padrão de jogo foram os que conseguiram os melhores resultados nos testes realizados.

Analisando a relação ente o Pré teste e o Pós teste, podemos observar que a média de acertos aumentou 36.56% na comparação entre o Pré teste, 9.82  ± 4,98, para o Pós teste 13.41 ± 4,39, sendo que de 17 atletas testados, 13 atletas tiveram resultados melhores no teste realizado após o treino contra apenas 3 atletas que obteve uma queda de rendimento e 1 atleta que manteve o mesmo resultado em ambos os testes; contrariando a perspectiva inicial de que deveria diminuir no Pós teste.
Este resultado nos remete a uma reflexão mais profunda para buscar respostas a este problema, se os resultados de estudos obtidos anteriormente nos induziam de que os valores do teste pós treino deveriam ser menores que os anteriores pois segundo Fry e cols.(1991) citado por Suay e cols.(1998) “entre os sintomas psicológicos do excesso de treinamento esta a dificuldade de concentrar-se”. Neste caso não seria um overtraining pela quantidade repetida de cargas muito elevadas, mas sim uma sobrecarga momentânea, com grande stress que, o atleta é capaz de regenerar em poucas horas, também é verdade que deveria apresentar debilidade momentânea muito alta.
Vale destacar que, em em dois estudos semelhantes a este realizados, um no Futsal e outro na Natação, obteve-se também resultados superiores nos testes realizados após o treinamento, contrariando da mesma forma a literatura consultada. Portanto este não pode ser considerado como um caso único em que houve diferenças entre a literatura consultada e os testes realizados.

Relembremos que Samulski (1992) acredita que aproximadamente 4 horas após despertar existem picos máximos de concentração do atleta, isto pode ser um elemento de grande importância na análise dos dados, pois vários atletas que obtiveram uma melhor performance no teste pós-treino, afirmaram ter acordado  aproximadamente 1 hora antes da realização do teste; e sendo o treino com uma duração de 3 horas, o pós teste coincidiria com as 4 horas citadas por Samulski.






AVALIAÇÃO


Tendo em vista que o Futsal é um esporte de alta intensidade, principalmente em quadras pequenas como a maioria das quadras do nosso estado, (chegam a medir 30X16mts) onde as ações e as decisões são tomadas muito rapidamente e a todo instante, sendo que para a tomada de decisão devem ser analisadas muitas variáveis (a bola, o adversário, os companheiros, a tática da equipe, seu posicionamento na quadra etc...) ,  compreendo que o próprio treinamento do Futsal pode servir como fator de treinamento da concentração e da atenção; fato este que pode fazer com que ao termino da sessão do treino, a mente do atleta ainda esteja em um alto nível de concentração, o que pode ter sido responsável pelo melhor desempenho da equipe no teste realizado imediatamente após o treinamento. 

 

 

 

CONCLUSÕES





1.        Neste estudo, os atletas a exemplo de outros realizados anteriormente, apresentaram um aumento na pontuação do teste de concentração e atenção, contrariando a expectativa gerada pela literatura consultada;

2.        Houve uma correlação em relação ao resultado do teste e o tempo desperto, fato este que pode estar relacionado ao resultado do teste;


3.        Houve uma grande relação entre o total de pontos assinalados, e o grau de dificuldade de aprendizado da tática de jogo, onde os atletas que possuem maior dificuldade conseguiram os menores índices no teste.




BIBLIOGRAFIA



  • BECKER JR., B. A Preparação psicológica do atleta. Revista Brasileora de Educação Física e Desportos. Rio de Janeiro, 1981.


  • MATVEEV, L. P. Teoria e a metodologia da cultura física: Manual para os institutos de cultura física. Moscou: Fisicultura y Sport,  1991.


  • SAMULSKI, D. Psicologia do esporte: Teoria prática avaliativa. Belo Horizonte: imprensa universitária UFMG., 1992.


  • ZAKHAROV, A.A.; GOMES, A. C. Ciência do treinamento desportivo. Rio de Janeiro: palestra Sport, 1992.


  • SUAY, F.; RICARTE, J. e SALVADOR, A. Indicadores psicológicos de sobreentreinamento y agotamiento.Revista Psicologia Del Deporte, 1998.


  • BORTOLI, A. L.; LIMBERGER, D.; PAULETTI, D. N.; BORTOLI, R. Determinação da intensidade do treinamento através de testes atencionais pré e pós treinamento. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital – Buenos Aires – ano 8 – nº 52 – setembro 2002